domingo, 12 de outubro de 2014

Resenha Trilogia Jurassic Park (BLU-RAY)


Avaliações
Som: *****
Imagem: ****
Filme: ***½
Extras & Menus: ****½
Geral: ****

Comentários
Steven Spielberg teve um bom ano em 1993: primeiro, por finalmente ter conquistado o Oscar de Melhor Diretor com A LISTA DE SCHINDLER; e segundo, por ter entregado ao mundo mais um recordista de bilheteria – JURASSIC PARK: O PARQUE DOS DINOSSAUROS.

Em relação ao livro no qual se baseou, o best-sellerhomônimo do falecido Michael Chrichton (também co-autor do roteiro ao lado de David Koepp), o filme teve muitas cenas de violência minimizadas ou eliminadas. Apesar de não ser uma obra-prima como CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU ou E.T., JURASSIC PARK é cheio de ação, suspense e sustos no melhor estilo Spielberg. A trilha sonora, como de hábito, ficou a cargo de seu colaborador habitual, o grande John Williams. O elenco, com Richard Attenborough roubando a cena como o criador do Parque dos Dinossauros, é ajudado pelo bom roteiro e pela direção tarimbada de Spielberg para dar consistência aos seus personagens. Contudo, é inegável que o elemento humano assume um segundo plano quando entram em cena os à época impressionantes efeitos visuais. Pela primeira vez na história do cinema, após décadas de dinossauros que eram dublês fantasiados, lagartos maquiados ou miniaturas animadas em stop-motion, os monstros realmente pareciam estar vivos na tela.

Inicialmente as criaturas seriam animadas em stop-motion por Phil Tippett, da Industrial Light and Magic (ILM), mas Spielberg não ficou satisfeito com os testes realizados. Felizmente a ILM estava aperfeiçoando a tecnologia utilizada em O EXTERMINADOR DO FUTURO 2 (1991), e superou com êxito o desafio de criar, em computador, dinossauros com movimentos fluídos, perfeitamente texturizados e integrados à ação ao vivo. Grande parte do mérito, contudo, permanece com Tippett, que por ter trabalhado muitos anos com stop-motion tornou-se “especialista” em movimentos de dinossauros. O que foi de muita valia para os animadores que, com o apoio dos bonecos animatrônicos em escala real criados pelo também já falecido Stan Winston, criaram momentos memoráveis como a primeira visão do enorme Braquiossauro, o T-Rex atacando o veículo e a perseguição dos Velociraptores às crianças. Apesar da grande evolução da computação gráfica ocorrida desde seu lançamento, os efeitos CGI de JURASSIC PARK ainda superam os de muitas produções contemporâneas.
O grande sucesso de JURASSIC PARK tornou inevitável uma continuação, que chegou em 1997 com O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK. Mais uma vez dirigida por Steven Spielberg e baseada em livro homônimo de Michael Crichton, homenageando no título o clássico livro de Sir Arthur Conan Doyle (adaptado pela última vez para o cinema nos anos 1960 por Irwin Allen), a ambiciosa continuação apresenta dinossauros em maior quantidade e realismo que os do filme de 1993, novamente criados pela equipe da ILM. Do elenco original, temos pontas de Richard Attenborough e dos jovens Joseph Mazzello e Ariana Richards, com o personagem de Jeff Goldblum (Ian Malcolm) retornando para assumir a posição central. A trilha sonora de John Williams é percussiva e, a exemplo do filme, mais direcionada à ação. Mas com suas várias e empolgantes sequências de ação, algumas baseadas em material que não pôde ser aproveitado no primeiro filme, O MUNDO PERDIDO não consegue passar a mesma sensação de novidade e deslumbramento do original. Além disso o longa se estende além da conta em sua meia hora final, quando Spielberg, querendo homenagear os filmes do gênero “monstro à solta”, coloca um T-Rex na cidade de San Diego em busca de sua cria.
Com o mais caro O MUNDO PERDIDO não tendo obtido o mesmo retorno de bilheteria e crítica que o filme original, na segunda continuação, JURASSIC PARK III (2003), Steven Spielberg ficou apenas na produção e a direção ficou a cargo de Joe Johnston (CAPITÃO AMÉRICA). Sem Spielberg no comando, seu parceiro habitual John Williams ficou de fora do projeto, tendo Don Davis (Trilogia MATRIX) assumido a missão de compor uma trilha sonora aproveitando temas de seu colega, criados para o filme original. Laura Dern tem uma pequena participação, e após tirar uma folga no filme anterior Sam Neill volta como Alan Grant, que levará o casal vivido por William H. Macy e Tea Leoni na missão de resgate a seu filho. Os personagens, contudo, não são ajudados pelo roteiro raso, deixando que os dinos, mais uma vez criados pela ILM, reinem absolutos. Aliás, se não artisticamente, pelo menos tecnicamente este é o melhor dos três filmes, colocando na tela de forma espetacular o maior “vilão” neles visto – o temível Espinossauro, que sai vitorioso em um duelo com o T-Rex -, além de Pterossauros (em outra cena remanescente do primeiro livro de Crichton) e versões um pouco diferentes dos Velociraptores – mais coloridos e com penas, conforme descobertas arqueológicas ocorridas antes da produção. A fraca recepção do filme foi o claro indicativo de que a fórmula se desgastara, e a série aparentemente encerrou-se ali. Porém, recentemente Spielberg revelou que o roteiro de JURASSIC PARK IV já está sendo escrito, e provavelmente daqui a uns dois ou três anos os dinossauros deverão retornar ao Cinema em toda a sua glória.

Sobre o BD
A trilogia JURASSIC PARK foi lançada no Brasil pela Universal, em Blu-ray, em uma embalagem HD-Case com encaixes para seus três discos, envolta por uma bonita luva metalizada de cartolina. Os menus animados e pop-up seguem o padrão dos BDs da Universal, e estão disponíveis em vários idiomas – incluindo o nosso português. Os três filmes receberam transferências anamórficas 1080p/VC-1, no formato de tela original 1.85:1, e sem dúvida todas representam um grande avanço em termos de definição e resolução comparativamente aos antigos DVDs. O menor nível de detalhes, notado via de regra nas cenas de efeitos visuais, é resultado das limitações inerentes à produção. As cores são naturais, os pretos são ricos e contraste e brilho são bem equilibrados. A imagem possui uma leve camada de granulação natural e é livre de danos, sujeiras ou artefatos. O filme mais recente, JURASSIC PARK III, apresenta nível de detalhes mais acentuado, o que notamos mais nos closes dos rostos dos atores e nas texturas dos dinossauros, tanto animatrônicos como CGI, e as cores também são mais vivas. De modo geral são apresentações em alta definição que, se não são de referência, são equilibradas e de ótima qualidade, não denotando o uso (em excesso, pelo menos) de filtros digitais.
As faixas de áudio em inglês DTS-HD Master Audio 7.1, sem dúvida, são mais impressionantes que suas correspondentes apresentações visuais. JURASSIC PARK foi o primeiro filme que empregou o áudio DTS, e agora em Blu-ray a faixa lossless multicanal resgata o assombro auditivo que experimentei quando assisti ao filme no cinema, há longínquos 18 anos. Os diálogos são sempre audíveis, mesmo durante as cenas de ação. A separação dos canais é excelente e bem equilibrada. O envolvimento surround é extenso e constante, com os sons ambientes da selva, os urros do T-Rex e osscores memoráveis de John Williams envolvendo o ouvinte. Os graves são potentes, como se constata na famosa cena do primeiro filme onde, antes de ser visto, os passos do T-Rex são “sentidos” pelos personagens. Mesmo se tratando de filmes de catálogo, as três faixas de áudio lossless, por sua capacidade de incomodar os vizinhos, podem ser consideradas excelentes. Também temos disponíveis dublagens lossy em vários idiomas e formatos, incluindo nosso português (DTS 5.1). Nas legendas, além do português-BR, também há várias opções de idiomas.

Extras
Esta “Edição Definitiva” de Blu-rays da trilogia JURASSIC PARK, em termos de extras, reúne todo o material que já havia sido disponibilizado nas versões anteriores em DVD, em vídeo SD (não anamórfico), acrescido do novo documentário em HD (anamórfico) “Volta ao Jurassic Park”, especialmente produzido para este lançamento e com seis capítulos divididos entre os três discos. Cada disco traz os extras correspondentes ao seu respectivo filme, sendo que todos os vídeos possuem áudio em inglês com opção de legendas em português (inclusive os normalmente esquecidos trailers). Os comentários em áudio de JURASSIC PARK III, quem diria, também foram legendados!

Disco 1 – JURASSIC PARK: O PARQUE DOS DINOSSAUROS
  • Volta ao Jurassic Park: Alvorecer de Uma Nova Era (HD, 25 min.) – Erroneamente traduzida no BD como “Crepúsculo de Uma Nova Era”, esta é a primeira parte do novo documentário. Ela aborda não apenas a produção do longa de 1993, mas também a direção original que os realizadores iriam tomar antes de perceberem que a CGI era o caminho. Temos depoimentos do elenco e da equipe, a maior parte deles dedicados às lembranças de como foi trabalhar com os efeitos práticos de Stan Winston, o furacão que atingiu as locações e a direção de Spielberg;
  • Volta ao Jurassic Park: Fazendo Pré-História (HD, 20 min.) – A segunda parte aborda mais de perto as filmagens, especialmente os efeitos especiais e a atuação com animatrônicos. Somos levados aos bastidores das trabalhosas cenas com os vilões do filme, o T-Rex e os Velociraptores. Também ficamos sabendo como foram criados os sons dos dinossauros e como a equipe de Stan Winston usou bonecos animatrônicos para dar vida aos dinossauros;
  • Volta ao Jurassic Park: O Próximo Passo na Evolução (HD, 15 min.) – A terceira parte do documentário é voltada principalmente às imagens criadas em computador e composições digitais criadas pela ILM. Spielberg comenta como passava sua visão aos membros da equipe ainda durante as filmagens de A LISTA DE SCHINDLER. Também se discute um pouco sobre os efeitos sonoros e a trilha sonora;
  • Arquivo de Mini-Documentários (SD, 66 min.) – Esta seção reúne parte dos antigos extras disponibilizados anteriormente no DVD. Aqui, temos “Bastidores de Jurassic Park”, “Mini-documentário Original Sobre os Bastidores do Filme”, “Steven Spielberg dirige Jurassic Park” e “Mini-documentário Sobre o Furacão de Kauai”;
  • Bastidores (SD, 27 min.) – Continuação dos extras vindos do DVD: “”Reuniões de Pré-Produção”, “Procurando as Locações”, “Animática de Phil Tippett: Raptors na Cozinha”, “Animática: Ataque do T-Rex”, “ILM & Jurassic Park: Antes e Depois dos Efeitos Visuais”, “Antes dos Efeitos Sonoros” e “Storyboards” (algumas das sequências, visualizadas em desenho);
  • Jurassic Park: Fazendo o Jogo (HD, 5 min.) – Featurette sobre o novo videogame baseado no filme original, que inclui entrevistas com seus criadores;
  • Trailer (SD) – Trailer original de cinema, em letterbox.


Disco 2 – O MUNDO PERDIDO: JURASSIC PARK
  • Cenas Excluídas (SD, 7 min.) – Duas cenas de diálogos que ficaram de fora da montagem final – e que não fizeram falta;
  • Volta ao Jurassic Park: Achando O Mundo Perdido (HD, 28 min.) – Quarta parte do documentário, que trata da volta dos realizadores para a continuação, o que de acordo com Spielberg já estava nos seus planos. Com muitas cenas de bastidores vemos o processo de filmagem, as locações e os efeitos especiais;
  • Volta ao Jurassic Park: Algo Sobreviveu (HD, 17 min.) – A quinta parte está mais voltada para os aspectos técnicos da produção, particularmente da conclusão do filme. Os efeitos práticos e digitais de sequências específicas também são bastante discutidos, e mais uma vez temos alguma coisa sobre a parte sonora;
  • Arquivo de Mini-Documentários (SD, 84 min.) – Mais extras oriundos do antigo DVD: “Bastidores de O Mundo Perdido”, “Mini-documentário Original Sobre Os Bastidores do Filme”, “O Fenômeno de Jurassic Park: Conversa com o Autor Michael Crichton” e “A Dança Campie: Nota de Agradecimento de Steven Spielberg à ILM”;
  • Bastidores (SD, 21 min.) – Os extras remanescentes do DVD de O MUNDO PERDIDO estão aqui: “ILM: Antes e Depois dos Efeitos Visuais”, “Arquivos de Produção” (grande galeria de imagens com fotos e produção, arte conceitual, maquetes, pôsteres, brinquedos, etc.) e “Storyboards”;
  • Trailer (SD) – Trailer original de cinema, em letterbox.


    Disco 3 – JURASSIC PARK III
  • Volta ao Jurassic Park: A Terceira Aventura (HD, 25 min.) – No segmento final do documentário em seis partes, membros do elenco e da equipe relembram a produção e como foi trabalhar com o diretor Joe Johnston. Vemos muitas cenas de bastidores enquanto os convidados falam sobre efeitos práticos, desenho dos cenários, filmagens em locação e estúdio e a escolha do Espinossauro como o novo vilão;
  • Comentários em Áudio – Faixa de comentários com a participação dos técnicos em efeitos especiais Stan Winston, John Rosengrant, Dan Taylor e Michael Lantieri, que dissecam a parte técnica do filme, especialmente os efeitos digitais e animatrônicos. Informativos e interessantes, os comentários merecem ser conferidos – até porque estão legendados em português;
  • Arquivo de Mini-Documentários (SD, 78 min.) – Mais suplementos oriundos da edição em DVD: “Bastidores de JURASSIC PARK III”, “Os Dinossauros de JURASSIC PARK III”, “Vídeo de Divulgação da Industrial Light & Magic”, “Os Sons de JURASSIC PARK III”, “A Arte de JURASSIC PARK III” e “Montana: Encontrando Novos Dinossauros”;
  • Bastidores (SD, 29 min.) – A última porção de extras do DVD traz: “Tour Pelo Stan Winston Studio”, “Espinossauro Ataca o Avião”, “Velociraptores Atacam Udesky”, “O Lago”, “Uma Visita à ILM”, “Dinossauros em 360º”, “Comparações entre Storyboards e a Versão Final do Filme” e “Fotografias da Produção” (galeria de imagens);
  • Trailer (SD) – Trailer original de cinema, em letterbox

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